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Caro amigo e humano João
De novo estou eu no Japão
E sinto uma enorme compaixão
Vendo tamanha morte e destruição!
O Vulcano adormecido na profundeza
Estremeceu e acordou furioso
E pôs a mostra a força da natureza
Aos homens num tremor raivoso!
Vi onda jamais vista a terra engolir
E a morte impiedosa aos homens matar
E a calma oriental negando fugir
Pavoroso, mas aceitando o azar!
O mundo deve triste estar
Pelo que vejo por cá espalhado
São mortes tantas que calcular
Dificilmente conseguiras Furtado!
A onda continua vagueando
O Tsumani ainda não se desfez
Enquanto cá no Japão na dor ando
Tu contraído a noticia sentado vez!
Provavelmente outras ilhas o Tsunami visitará
Espero que muitíssimo mais fraco
E que pouca ou nenhuma dor levará
Na sua macabra viagem pelo Indico!
Eu Pardal que escrevo-te do Oriente
Estou da força da natureza ciente
Que a dor aqui tristemente presente
Podia ser maior se no impreparado ocidente!
João Furtado
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