CAMINHOS FORJADOS
DE ALEXANDRA AMARO – ALEXA WOLF
DE ALEXANDRA AMARO – ALEXA WOLF
Quando a semana passada a amiga e poetisa Isabel Fontes me perguntou se eu estaria disponível para fazer a apresentação do livro CAMINHOS FORJADOS da Alexa, mesmo sem conhecer a obra literária, prontamente respondi que sim, que seria não só um grande prazer, como também uma honra, poder apresentar publicamente a minha opinião sobre a obra última da Alexa, Presidente da ULLA.
A Alexa é uma amiga relativamente recente, mas já muito especial.
Como todos nós, tem as suas virtudes e defeitos, mas estes (muito poucos ao que sei) são quase imperceptíveis quando comparados com aqueles. A Alexa é uma jovem com um coração muito sensível, cheia de garra, uma lutadora por excelência, alguém que acredita nos seus melhores sonhos e que luta para os concretizar. É uma mulher de ideias, de convicções e de VALORES. Não desiste quando lhe surge qualquer adversidade. Persiste, luta e vence.
A ULLA é exemplo disso mesmo: é um sonho pelo qual lutou estóica e afincadamente até o concretizar. Claro que projectos desta relevância não se erguem só pela vontade, querer e luta de um ou de uma só pessoa. A Alexa constituiu a sua equipa e ela aí está, a nossa ULLA, cada vez mais prestigiada, conhecida e reconhecida, mesmo fora das fronteiras da lusofonia.
A União Lusófona das Letras e das Artes perdurará muito para além das nossas vidas e a ela, indelevelmente, ficará gravado o nome da sua primeira Presidente – Alexa Amaro.
Outros melhor que eu a conhecem e testemunham quem é Alexa. Não avanço, pois, mais nestas considerações pessoais.
Muito sinceramente: julguei que CAMINHOS FORJADOS seria mais um livro de poesia, a arte mais praticada pela maioria dos membros da ULLA. A ser assim, seria breve a leitura e fácil a apreciação. Mas não. Surpresa das surpresas, tratava-se, afinal, de prosa... de um texto relativamente longo, de um drama, de um dramalhão, que retrata flagelos dos mais graves de que é vítima alguma juventude dos nossos tempos (droga - de que resulta a toxicodependência, prostituição, homossexualidade, aborto, violência, roubo), a par de belas páginas de amor, ternura, encanto, sonho e felicidade.
O romance está muito bem concebido e a progressão da narrativa faz-nos adivinhar que a seguir a um mal outro maior surgirá. E ficamos presos ao enredo, paradoxalmente, sem vontade de continuar (para descansarmos de tantas emoções) e sem conseguirmos interromper a leitura pela curiosidade, mesmo ânsia, de querermos saber mais. E depois... e depois...?
Alexa surpreendeu-me com a sua capacidade para, no estilo dum Émile Zola ou de um Eça de Queiroz, nos relatar cenas de sexo muito realistas e muito bem descritas, plenas de receios e de ânsias da consumação de frenéticos amores. Próprio do seu espírito também poético é a utilização apropriada de ricas metáforas, que embelezam a narrativa.
Trabalhou muito bem a questão da dupla personalidade de um dos personagens.
É um livro que se recomenda a jovens e a adultos. Aqueles ficarão a saber as tentações que os envolvem nos círculos escolares e extra-escolares, e os tremendos riscos e perigos que correm se se deixarem envolver e cair na teia. Uma das mensagens que Alexa transmite é a de que os adolescentes, ansiosos por alcançar o estatuto de adulto ou de gente maior e importante, devem saber escolher os amigos e devem recusar “vender a alma ao diabo”.
Por sua vez os pais, os mais velhos, recebem aqui dois alertas importantes: um sobre o amor que, em caso algum, devem deixar de transmitir, e o outro o da importância de se manterem permanentemente atentos ao que fazem, o que rodeia e com quem andam os seus filhos.
Curiosamente, o personagem que, persistentemente, ao longo de toda a trama do romance, nos aparece mais simpática, afável, carinhosa, compreensiva e amiga é a do... padrasto. Ele sim, um verdadeiro Pai. Também é um recado positivo para muitos e muitas que ocupam o lugar de um dos progenitores ao longo da vida de muitos dos jovens de hoje.
Mas se o narrar do drama, da tragédia, tem o mérito inegável de servir de alerta para os perigos, há que estar atento ao facto de alguns espíritos mais fracos
poderem ficar curiosos com a revelação e se sintam tentados a também experimentar.
Trata-se de uma tragédia quase shakespeariana, a que não falta um enredo policial moderno já com as novas tecnologias da videovigilância. A história (verídica ou fictícia?) vai envolvendo o leitor, quase o aterroriza e lhe corta a respiração e, não fora a antecipação dos cenários que se adivinham pelos títulos dos diversos capítulos – o que não recomendo -, a expectativa de como terminaria manter-se-ia até final.
A adopção da criança é um final feliz neste drama com dor, sangue, suor e lágrimas
Quando acabei de ler o livro respirei fundo e predispus-me a descansar... que bem precisava. Tantas e tão desencontradas foram as emoções...
Reparem na última e sugestiva palavra do livro: VIDA.
Recomendo vivamente a leitura deste CAMINHOS FORJADOS, felicito uma vez mais a autora, a Alexa Amaro e, como já lhe disse, se dependesse de mim atribuir-lhe-ia o PRÉMIO REVELAÇÃO ROMANCE 2009.
Ficamos à espera do próximo romance.
Combinado Alexa?
(João Coelho dos Santos – Maio 2009)
Parabéns á autora. Pelo que acima li há razões para tal.
ResponderEliminarParabéns para a Alexa por ser a mulher que dizem e escritora que se deixa conhecer.
ResponderEliminaraté breve!
ana
Obrigada, Isabel, pelo convite para visitar o blog. É esta uma grande inciativa e os posts já o assinalam.
ResponderEliminarParabéns à Alexa e a todos!